Puxa o freio, que preciso descer.

Difícil é estar imune e ser imparcial ao mundo em minha volta. Tanta gente, tanta cor, tantos sorrisos, tanta dor, tanta coisa. Mas tanta, que se reduz a nada. Mundos paralelos, cor-de-rosa e glamurosos, parecem tão palpáveis e sutis. Mas nada... são de plástico.
Começo a conhecer figuras, umas já carimbadas outras não. Começo a observar. E começo a ouvir as estórias. De futuro, de presente, de passado. Estórias que nada me dizem, e muito me incomodam. É o fantasminha que assombra novamente e quer me perturbar.

Pior que sei e tenho fé que nunca estarei plena em minha paz, no meu cantinho. Estes mundos, mesmo que paralelos, sempre cruzam meu caminho. Desviam e me encontram novamente. Ou eu que os procuro, inconsciente. Quem sabe? Nem eu mesma sei. Quando me vejo, já caí por lá de mala e cuia. Desvio toda minha imaginação e começo. Parece que consigo viver aquela estória, e me sinto por lá. Volto a realidade, pego meus pensamentos confusos e uma catarse de emoções vem à tona. E aí? E agora? Não quero mais. Já viajei demais nisto tudo e ouvi até o que não precisava saber. Sempre volta... e eu detesto voltas.

O que eu quero agora? Puxar o freio. Hora de descer, enfim. Chega de fantasiar e imaginar estórias. Quero descer deste mundo que certamente não me pertence, e está no passado. Que fique por lá então. A sete chaves ou como livro aberto. E voltemos a realidade, nua e crua. Não é?