1.4.12

café amargo, cama desarrumada, alma armada, lados sombrios, um sorriso ali, uma tristeza aqui, algo inútil, bons frutos. não era nada, era alguma coisa. nada mudava, tudo girava. era uma conspiração contra si mesma. parecia que nada fazia sentido, ao mesmo momento em que tudo dava-lhe luz e reluzia em torno de si. como a saia rodada, a criança que rodava, o copo que girava, os sapatos que saltavam do chão. era cinza, era cor, era um pouco de amor. tinha vazio, tinha dor, tinha repudias de amor. era desconexo, amor de ângulo convexo, pontiagudo, reto, direto. não havia um sinal, não havia evidências... era aquilo mesmo. sem ponto, vírgula e parágrafo. tinha que lidar com isso. enfrentar o desconhecido mesmo sabendo o final. era pois mais um longo filme que passava diante dos olhos. era o inferno em busca de felicidade. era a felicidade com medo do inferno que iria se tornar. sabia de tudo isso e tinha certeza que faria mal. e qual o jeito? era teimosa como uma mula.

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