Das palavras ela vem, me acode e me espreme em agonia e ansiedade de ser. Vêm como um turbilhão de ideias e com vontade própria. Daquelas que não se cozinha, não se amorna, nem se faz esperar. É bem daquelas que amassa o peito e rasga os pulmões de ar. Um ar de tanta força que chega a faltar fôlego para entender o que há de ser todo este turbilhão efêmero e desesperado.
Será ela que está toda prosa e cheia de si? Ou serão as palavras que saem das folhas amareladas e que tanto a fazem espirrar? Depois de tanto tempo, ela se sente viva novamente em meio a seu mundinho-mundano. Ela se reencontrara com tudo aquilo que sempre foi, mas que deixou em pedaços largados e tristes, por todo caminho.
De fato chegara longe, sim, ela tinha futuro e é toda cheia dele. Mas correu tanto e foi tão longe que esquecera dos pertences e das partes do corpo que ficaram para trás dos sonhos. As partes agora se juntam e dançam como se recitassem um poema de Drummond ou coisa assim. Estavam todas felizes e cheias de tudo aquilo que era tão forte e belo, que nem ela conseguira descrever.
Eram as palavras que a encontravam novamente. O cheio de lembrança do livro que abrira. Os vincos das folhas que teimavam em ficar. O amarelo que espelhava seu rosto ansioso e eufórico. Eram das palavras simples, da prosa e do verso que ela degustava seu doce deleite... em ser tudo aquilo que sempre foi, que sempre será.
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